Contra a privatização, as demissões e retiradas de direitos, os
trabalhadores dos Correios contam com o apoio da população em mais uma
luta que vão travar a partir desta semana. A Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT)
informa que na próxima quarta-feira (26), a partir das 22 horas,
ecetistas de todo o País entrarão em greve por tempo indeterminado. Por
isso, a federação esclarece a importância da mobilização também para a
sociedade, já que mais de 200 agências estão sendo fechadas por todo o
Brasil. Com isso, muitos moradores do interior e das periferias vão
ficar sem o atendimento bancário e postal dos Correios do Brasil.
Além do fim das agências próprias dos Correios, com fortalecimento
das franqueadas, o que esvazia os negócios da empresa para a iniciativa
privada, a ECT implantou a entrega alternada em vários locais do país.
Assim, aprofunda a má qualidade na entrega de correspondências, que
deixa de ser diária, retirando, dessa maneira, o direito do cliente de
receber regularmente as encomendas.
O atual presidente dos Correios, Guilherme Campos, indicado político
do Partido Social Democrático (PSD), afirma à mídia dados negativos da
empresa e um déficit financeiro em torno de R$ 4 bilhões. No entanto, a
receita da estatal apenas cresce. Em contrapartida, a gestão da empresa
adota medidas que maximizam os problemas nos Correios. Por exemplo, a
ECT adotou normas contábeis que impactaram na contabilidade, sugerindo
um déficit. De R$ 2 bilhões anuais, em torno de R$ 1,5 bilhão são dados
contábeis.
O pós-emprego possui variáveis questionáveis, por exemplo: a tábua de
mortalidade adotada pelos Correios é de 83 anos, no entanto, o IBGE
trabalha com a estimativa em 72 anos. O lançamento contábil diferenciado
significa, então, que a direção dos Correios não está, de fato, saindo
do caixa da empresa.
Nos últimos anos, os Correios repassaram para o governo federal R$ 6
bilhões e, desse montante, R$ 3,9 bilhões foram acima do valor
estabelecido legalmente, prejudicando as reservas financeiras e
investimentos necessários para a modernização da empresa. Ainda, foi
realizado distrato de R$ 2,3 bilhões do Banco Postal, com o Banco do
Brasil, e destinados R$ 300 milhões em patrocínios nas Olimpíadas, fora
os demais às confederações brasileiras. Foi investido na CorreiosPar
apenas para "cabides de emprego" e realizados gastos constantes com
diversas consultorias, sem licitação e sem solução para os problemas dos
Correios.
Este ano, a direção dos Correios anunciou que está planejando
demissões incentivadas. Esse processo dificulta ainda mais a situação na
estatal, que não tem contratações há anos - o último concurso foi em
2011. A suspensão das férias dos empregados por um ano também é um
agravante para os afastamentos médicos, pela sobrecarga de trabalho. Com
o plano de saúde ameaçado, os trabalhadores terão mais dificuldades
para se recuperar.
Com mais de 350 anos de existência, os Correios exercem papel
fundamental na integração nacional e para a segurança postal. É
considerada empresa padrão de excelência e desempenha um papel social
significativo no país, em especial, nos locais mais longínquos. A
privatização coloca em risco o direito da população ter acesso aos
serviços dos Correios, já que nas cidades menos lucrativas o único
intuito da empresa é fechar as agências.
Eixos de Luta da categoria para a greve desta quarta-feira (26), em todo o Brasil:Contra o desmonte dos Correios. Não à privatização!
Contra a suspensão das férias
Nenhuma demissão. Contratação já!
Contra o fechamento das agências
Contra a falta de segurança das agências
Pelo retorno da entrega diária
Greve geral contra as Reformas Previdenciária e Trabalhista
Abertura dos livros contábeis da empresa. Auditoria já!
Auditoria da dívida pública. Taxação das grandes fortunas
Fora Guilherme Campos! Fora Temer!
Não se deixe enganar: Correios privatizado, povo prejudicado!