segunda-feira, julho 17, 2017
34º Conrep encerra com novo calendário de lutas e proposta salarial para a campanha deste ano
Os representantes dos trabalhadores dos Correios encerraram
o 34º Conrep hoje (15) e lançaram a proposta de reajuste salarial e o
calendário de lutas da categoria, para a campanha salarial 2017-18, que
terá como tema “Meus Direitos e Emprego Ficam, Guilherme Campos Sai”.
Desde sexta-feira (14) à noite os delegados realizaram a leitura da
pauta de reivindicações e, nessa manhã, debateram destaques e melhorias
para o documento.
Os trabalhadores vão unir forças contra o fechamento de
agências e contra a implantação de sistemas que reduzem cada vez mais a
qualidade e a eficiência do trabalho, extinguem cargos nos Correios e
colocam em risco os empregos dos ecetistas. Não será aceito nenhum
direito a menos.
Daqui para frente
A luta contra a privatização junto aos trabalhadores e
sociedade em geral buscar nortearam as propostas lançadas pelos
representantes no Conrep. Entre elas, elaborar carta aberta à população,
criar material publicitário e informativo, como jornais, cartazes,
adesivos, cartilhas e jingles, para as assembleias e atos da categoria,
também para veicular na TV, rádio e mídia impressa regional e nacional.
Esse material, conforme aprovado, vai denunciar as demissões e
perseguições políticas nos Correios, em prol da estabilidade dos
empregos.
A comunicação com a base também é de grande importância,
por isso, a necessidade de confecção de informativos com a contribuição
dos sindicatos e a distribuição nos locais de trabalho.
Em meio a toda mobilização durante esse período, foram
propostas parcerias com outras categorias, como Banco do Brasil,
Petrobras, Caixa Econômica Federal, entre outras, para solicitar apoio à
luta contra a privatização, inclusive, com campanha extraordinária no
Rio de Janeiro, e atos nas principais metrópoles do país.
Conforme votação no plenário e por aprovação da ampla
maioria, a FENTECT acatou a decisão dos participantes e dará
continuidade à batalha contra as reformas trabalhista e previdenciária,
contra o golpe de Estado no Brasil e pela anulação do impeachment da
presidenta Dilma Rousseff, também contra a prisão do presidente Lula.
O 34º Conrep encerrou as atividades com o fechamento da
proposta de reajuste salarial da categoria e o calendário de lutas, com
atividades entre os dias 17 de julho a 19 de setembro. O Encontro
Nacional de Anistia da FENTECT será dos dias 9 a 11 de agosto e o
Encontro Jurídico da federação será realizado nos dias 18 e 19 de
agosto, em Brasília.
PROPOSTA DE REAJUSTE SALARIAL
Reposição de 8% para todos os trabalhadores da ECT + R$ 300,00 linear
Ticket R$ 45,00
Vale cesta R$ 440,00
Demais benefícios 10%
PROPOSTAS DE EIXOS DA CAMPANHA SALARIAL E PLANO DE LUTAS
Tema: “Meus Direitos e Emprego Ficam, Guilherme Campos Sai!”;
Contra o fechamento das agências e unidades operacionais - contra o DDA e OAI;
Nenhum direito a menos e aumento real nos salários;
Fora Postal Saúde e retorno do modelo RH da empresa;
Privatização é demissão: contra as privatizações e terceirizações. Concurso público já!
Contra as reformas da previdência e trabalhista do governo agente imperialista;
Contra o pagamento do rombo do Postalis;
Fora Temer! Fora Kassab! Fora Campos!;
Seguir a agenda oficial de Campos: Sindicatos farão atos nos estados onde ele estiver presente!;
Contra a implantação de mensalidades no plano de saúde;
Anistia ampla, geral e irrestrita;
Pela unificação das campanhas salariais das categorias de data base 2º semestre,
Abaixo o golpe de Estado.
PROPOSTA DE CALENDÁRIO DE LUTAS
17 a 20-07 - Sistematização da pauta nacional de negociação
21-07 - Assembleias de aprovação da pauta
25-07 - Tirada do representante do comando
26-07 - Instalação do comando de negociação no DF
27-07 - Entrega da pauta e ato público
01 a 08-08 - Agitação nas bases
8-08 - Início das negociações com a ECT
9 a 11-08 - Encontro Nacional de Anistia
15 a 19-08 - Assembleias de avaliação da campanha salarial
18 a 19-08 - Atos públicos nos estados e Encontro Jurídico em Brasília
21 a 30-08 - Atos de mobilização da FENTECT nas bases de oposição
5-09 - Assembleia de decretação do estado de greve
12-09 - Assembleia de mobilização e avaliação da campanha salarial
13-09 - CONSIN
15-09 - Data limite das negociações com a ECT
19-09 - Assembleia de deflagração da greve nacional da categoria
Economia, privatização, reformas e plano de lutas marcam a pauta do terceiro dia no Conrep
O desemprego no País, as perdas dos trabalhadores, o perigo da
privatização dos Correios e o andamento dos processos na justiça foram
alguns dos temas debatidos, hoje (14), no 34º Conrep, em Brasília.
O pesquisador Igor Venceslau apresentou o tema "Correios, Logística e
Uso do Território - o serviço de encomenda expressa no Brasil",
alertando sobre o perigo da ausência da empresa em muitos municípios.
"A privatização é retrocesso", alertou Venceslau. De acordo com ele,
transformar a ECT em uma empresa que visa apenas o lucro coloca em risco
direitos não somente dos trabalhadores, mas também dos clientes em
diversos municípios do Brasil.
As consequências do novo modelo corporativo proposto pela ECT,
conforme explicação do pesquisador, são: no âmbito social, a perda da
universalidade e políticas públicas; na parte econômica, problemas com a
logística; na parte territorial, problemas com a integração, e na
geopolítica, dificuldades em manter a inviolabilidade.
Vale ressaltar que os Correios atua ou já atuou em atividades como na
criação de endereços, emissão de CPF, certificação digital, Programa
Fome Zero, Banco Postal, Exporta Fácil, sistema judiciário, eleições
eletrônicas, operação PNLD, exames do MEC, concursos públicos,
distribuição de vacinas, distribuição de donativos, distribuição de
leite (PMSP), entre outros.
Conjuntura econômica
O economista do DIEESE, Tiago Oliveira explicou a conjuntura econômica brasileira, na parte da tarde do encontro. Os números do DIEESE mostraram que a situação do trabalhador brasileiro está a cada ano ameaçadora. Desde a abertura do processo de impeachment, as expectativas do mercado despencaram. "Tratava-se de uma falácia dizer que remover a presidente Dilma Rousseff seria solução econômica", afirmou Tiago Oliveira.
O economista do DIEESE, Tiago Oliveira explicou a conjuntura econômica brasileira, na parte da tarde do encontro. Os números do DIEESE mostraram que a situação do trabalhador brasileiro está a cada ano ameaçadora. Desde a abertura do processo de impeachment, as expectativas do mercado despencaram. "Tratava-se de uma falácia dizer que remover a presidente Dilma Rousseff seria solução econômica", afirmou Tiago Oliveira.
Ele explicou que houve uma desaceleração da economia no mundo, a
partir de 2011, com uma alta da taxa de desemprego. Em 2014, a taxa era
de 6%, e atualmente em 13,13%, com 14 milhões de desempregados.
A dívida pública também saltou para 72,5%, em 2017. "A agenda foi
alterada em apenas dois anos. Antes, o problema era escassez de mão de
obra qualificada. Hoje em dia, é o desemprego", relembrou o economista.
Entre 2004 e 2014, ainda com base nos estudos do departamento, 97,7%
das negociações coletivas das categorias de trabalhadores tiveram
reajustes acima da inflação. A partir de 2015, houve um retorno à década
de 1990, com apenas 18,9% das categorias com ganhos acima da inflação.
Assessoria jurídica
O advogado da FENTECT, Alexandre Lindoso, também participou deste terceiro dia, apresentando o andamento de algumas ações da federação e para explanar sobre a aprovação da reforma trabalhista, do ponto de vista jurídico.
O advogado da FENTECT, Alexandre Lindoso, também participou deste terceiro dia, apresentando o andamento de algumas ações da federação e para explanar sobre a aprovação da reforma trabalhista, do ponto de vista jurídico.
Quanto ao AADC, explicou que a expectativa é pelo julgamento para
pagamento concomitante ao adicional de periculosidade aos motociclistas.
Em relação à mediação do plano de saúde, ajuizada pela ECT, o tribunal
ainda não apresentou oficialmente a proposta e, como a campanha salarial
não teve início, haverá tempo para a construção de novas possibilidades
no caso.
Reforma trabalhista
Há quatro eixos na reforma, na visão da assessoria jurídica: 1 - extinção de direitos; 2 - precarização das condições de trabalho; 3 - ataque direto e frontal aos sindicatos, 4 - dificultar o ingresso dos trabalhadores na defesa dos direitos no judiciário.
Há quatro eixos na reforma, na visão da assessoria jurídica: 1 - extinção de direitos; 2 - precarização das condições de trabalho; 3 - ataque direto e frontal aos sindicatos, 4 - dificultar o ingresso dos trabalhadores na defesa dos direitos no judiciário.
"A reforma altera questões quanto à jornada de trabalho e se
contrapõe a muitos entendimentos do próprio TST favoráveis aos
trabalhadores", informou Alexandre Lindoso. Ele destacou, entretanto,
que a negociação coletiva deste ano, a princípio, pode não sofrer as
consequências do texto, que entra em vigor 120 dias após a publicação.
Mas alertou que a empresa pode pensar estratégias para se adaptar à
reforma.
O advogado ainda anunciou que o prognóstico é favorável aos
trabalhadores concursados de 2011, com entendimento recente do STF que
respalda a vitória. Já sobre a demissão motivada, há um entendimento no
Supremo que as demissões serão apenas por motivação, mas, paralelo a
isso, é preciso lutar contra a demissão em massa, que também não pode
ocorrer sem o devido debate com os sindicatos.
Ainda foram aprovadas as contas da FENTECT e realizada a leitura da
pauta no final do dia. O 34º Conselho de Representantes segue até este
sábado, dia 15.
fentect
Análise de conjuntura avalia ataques contra os trabalhadores e os reflexos nos Correios
O regimento interno do 34º Conselho de Representantes da FENTECT foi
aprovado nesta manhã (13). Ainda na pauta do segundo dia, os delegados e
observadores receberam para apresentar denúncia o representante da Liga
dos Camponeses Pobres, José da Fonseca (Pelé), que falou sobre o
massacre no Estado do Pará, em maio deste ano.
Foi apresentado o documentário "Terra e Sangue: bastidores do
massacre de Pau D'Arco", sobre o assassinato de trabalhadores na região.
Executados por policiais militares da localidade, as vítimas deixaram
esposas, filhos e pais sozinhos, a própria sorte, também sobrevivendo
sob ameaças.
Os participantes do Conrep foram convidados a compartilhar o
documentário, para denunciar mais um ato de violência contra
trabalhadores pobres do país e o risco que todos os demais correm, de
modo geral. "A polícia já chegou atirando, não deram voz de prisão.
Ainda saíram rindo depois da chacina", desabafou a viúva de umas das
vítimas.
Análise de Conjuntura
Durante a análise de conjuntura nacional e internacional, lideranças sindicais destacaram o avanço da direita em todo o mundo, que tem colocado em risco, cada dia mais, os direitos da classe trabalhadora. No Brasil, o golpe vem disfarçado de reformas aprovadas no Congresso Nacional, mas também pela mídia, que gera a falsa concepção de democracia e poder nas massas.
Durante a análise de conjuntura nacional e internacional, lideranças sindicais destacaram o avanço da direita em todo o mundo, que tem colocado em risco, cada dia mais, os direitos da classe trabalhadora. No Brasil, o golpe vem disfarçado de reformas aprovadas no Congresso Nacional, mas também pela mídia, que gera a falsa concepção de democracia e poder nas massas.
Nos Correios, a luta é redobrada, já que será a primeira categoria a
negociar após a aprovação da reforma trabalhista. É preciso encarar a
tesoura da ECT, que promete cortes de direitos, como os já promovidos
nos últimos anos, e intensificados este ano, com o fim das férias,
mensalidade no plano de saúde, cobranças indevidas por corrupções
externas nos benefícios dos trabalhadores, implantação de sistemas que
extinguem funções, entre várias dificuldades.
Com isso, o Conrep tem como função esclarecer os representantes e,
consequentemente, as bases, para que não desistam da luta, mesmo sob
aprovação da reforma trabalhista. Há ainda muito trabalho pela frente e é
preciso batalhar contra as imposições midiáticas, que têm tentado
destruir a esquerda e a luta sindical, deturpando as bandeiras dos
trabalhadores.
Somente com a união e a reação de toda categoria é possível barrar as
perdas e garantir vitórias à categoria; lutar contra a privatização dos
Correios, as mensalidades e descontos impostos, o aumento da
terceirização e a falta de concursos públicos, bem como a desvalorização
dos empregados que compõem o quadro atual da empresa.
Representantes chegam a Brasília para o 34º Conrep
A FENTECT deu início na noite desta quarta-feira (12), em Brasília,
ao 34º Conselho de Representantes (Conrep). O conselho, este ano, tem
como tema: "Não à Privatização, Demissão, Perseguição e Cobrança no
Plano de Saúde", e vai construir o calendário de lutas da campanha
salarial 2017/18.
"Vivemos um momento importante da luta para a classe trabalhadora. É
fundamental construirmos, a partir da data base, a unidade da categoria.
Esse é o papel, hoje, de cada liderança sindical", destacou o
secretário-geral da FENTECT, José Rivaldo da Silva.
Conjuntura ameaçadora
Durante a abertura do evento, todos os representantes relembraram a conjuntura nacional e alertaram que, a partir do golpe ao governo da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, os problemas têm tomado proporções cada vez maiores para os trabalhadores do País. "Vivemos na empresa o reflexo do caos político e econômico do Brasil. Essa vai ser uma das campanhas salariais mais difíceis dos últimos 14 anos. Vamos dizer não ao presidente Guilherme Campos. Não vamos entregar nossos direitos", exclamou a presidenta do sindicato anfitrião, Amanda Corcino, do SINTECT/DF.
Durante a abertura do evento, todos os representantes relembraram a conjuntura nacional e alertaram que, a partir do golpe ao governo da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, os problemas têm tomado proporções cada vez maiores para os trabalhadores do País. "Vivemos na empresa o reflexo do caos político e econômico do Brasil. Essa vai ser uma das campanhas salariais mais difíceis dos últimos 14 anos. Vamos dizer não ao presidente Guilherme Campos. Não vamos entregar nossos direitos", exclamou a presidenta do sindicato anfitrião, Amanda Corcino, do SINTECT/DF.
Graça Costa, representando a CUT, ressaltou que nenhuma medida foi
tomada, nos 13 meses de execução do golpe, para retirar o país da crise.
"Todas as medidas foram para retirar da classe trabalhadora direitos já
conquistados. Não apenas perdemos um direito, mas também a oportunidade
da gente buscar o direito. Acabaram com a história de luta", alertou.
Unidade sindical
"Só falta rasgar a Lei Áurea. Esse ataque visa garantir a escravidão", complementou o representante do PCO, Antônio Carlos Silva, que ainda criticou os vales que a reforma trabalhista cria: "vale trabalhar por um prato de comida, vale pagar com moradia, vale parcelar férias".
"Só falta rasgar a Lei Áurea. Esse ataque visa garantir a escravidão", complementou o representante do PCO, Antônio Carlos Silva, que ainda criticou os vales que a reforma trabalhista cria: "vale trabalhar por um prato de comida, vale pagar com moradia, vale parcelar férias".
Ribamar Passos, do PSOL, lembrou que os direitos dos trabalhadores
não foram dados pela burguesia, mas conquistados na luta, por meio da
organização do povo.
E para dar contuidade à mobilização a favor da classe, em nome do
PSTU, Yuri Proença, questionou para aonde encaminhar a base. "O
movimento precisa parar e escutar o trabalhador. Está na hora de confiar
na força da nossa própria classe", afirmou.
Para barrar a desmoralização da esquerda, Pedro Paulo de Abreu, da
LPS, e Carlos Messalla, do PCB, destacaram que é preciso estar atento às
artimanhas do capitalismo, que visa apenas o lucro. "Com a produção
caindo dia após dia, quem paga o pato é conjunto da classe
trabalhadora", explicou Pedro Paulo. Assim, o 34º Conrep, tem como
objetivo também unificar as forças contra o que Messalla detalhou como
"aversão da população ao movimento sindical", agora, atacado pela
reforma trabalhista.
O Conrep vai até sábado, dia 15 de julho, na capital federal. Os
delegados e observadores também foram convidados pela CUT a realizar um
ato em frente ao Congresso Nacional, às 15 horas, amanhã (13), mesmo dia
e horário programados para a sanção da reforma trabalhista aprovada
ontem (12) no Senado Federal.
fentect
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