Após diversas denúncias sobre os maus investimentos, a má administração
do patrimônio e várias operações da Polícia Federal, o Postalis perdeu
credibilidade entre os participantes, principalmente agora que eles
terão que arcar com o rombo do fundo de pensão. Mesmo com a
contrariedade dos conselheiros eleitos, a contribuição extraordinária
foi aprovada, com o voto minerva do Postalis. Para os participantes do
antigo plano, o BD, os ativos arcam com uma contribuição de quase 18%, e
a situação é gritante para os aposentados, que perdem 30% do benefício.
Para
resgatar o patrimônio e a credibilidade do instituto, as representações
dos trabalhadores e os conselheiros eleitos têm lutado para colocar
tudo nos trilhos e salvaguardar o direito dos participantes de ter uma
aposentadoria garantida.
Entre as medidas alcançadas estão as
alterações no estatuto da entidade, que garante a atuação dos
participantes na diretoria dos Postalis e, dessa maneira, põe fim às
indicações políticas. Antes, todas dos Correios, o que não proporcionava
uma gestão compartilhada.
Além das medidas a fim de fechar a
sangria nos gastos, recentemente, a FENTECT foi representada pelo
secretário geral, José Rivaldo da Silva, em Washington (EUA), para
cobrar providências contra o Banco BNY Mellon, um dos responsáveis pelas
perdas no Postalis, entre outras ações políticas, administrativas e
judiciais, para manter a lisura e a saúde financeira do fundo de pensão.
Anulação da eleiçãoApesar
da abertura do pleito para renovação dos quadros, há algumas semanas,
os participantes e candidatos tiveram a surpresa da anulação do
processo. Logo, fica a pergunta: “a quem interessa anular a eleição e
onde fica o respeito aos participantes?”
Não bastasse a
confusão, a representação do Postalis comunicou que as senhas não serão
enviadas impressas aos participantes, somente via SMS - mensagem por
celular. A FENTECT protestou, pois isso prejudica o andamento da
votação. Cabe destacar que grande parte dos participantes não está
motivada. Fato constatado pela baixa adesão nas votações anteriores.
Essas alterações inviabilizam ainda mais o sucesso do pleito.
Com
a sobrecarga de trabalho, muitos não têm sequer tempo disponível ou
computadores acessíveis para fazer o cadastramento junto ao Postalis e,
assim, exercer o direito de votar. Além disso, conforme estudo divulgado
pela revista britânica The Economist (2017), uma parcela de 70,5
milhões de brasileiros ainda não tem acesso ao mundo virtual. Inclusive,
é antiga a solicitação para que as eleições sejam realizadas em cada
unidade de Correios, a fim de obter maior participação e lisura do
pleito, já que a votação eletrônica tem recebido críticas.
Destaca-se
que a categoria defende a empresa de Correios pública, de qualidade e
sustentável. Também, com o cancelamento do envio de senhas impressas
pela própria estatal, o Postalis, entidade extremamente ligada aos
Correios, boicota o serviço postal brasileiro. Dessa maneira, a FENTECT
reafirma a necessidade do envio das senhas impressas aos participantes
pela empresa, para facilitar a participação no processo. Aos
participantes, fica a orientação para que acompanhem a eleição e não
aceitem a supressão dos direitos.