Com a greve deflagrada nessa terça-feira (19) e forte em quase todo o
País, a empresa demonstrou novamente intransigência ao deixar o Comando
Nacional de Mobilização e Negociação (CNMN) da FENTECT esperando na
porta da UNICO, em Brasília, para mais um dia de negociações. Ontem
(20), deveriam ser apresentadas as propostas para cláusulas Econômicas e
de Benefícios, no entanto, a ECT não compareceu e cancelou pela quarta
vez a reunião, descumprindo o calendário.
Em carta, a empresa afirmou que os representantes dos trabalhadores
foram precipitados, comprometendo a recuperação dos índices dos
Correios. Porém, foi a má gestão da ECT que levou ao sucateamento dos
serviços e à precariedade do trabalho para a categoria.
Ao negociar apenas com a outra federação, nessa quarta-feira, a
empresa sugeriu mais ataques, com exclusões de cláusulas, como a do
vale-cultura; o aumento do percentual do desconto nos vales alimentação e
refeição; fim da concessão dos mesmos vales aos trabalhadores durante
as férias e fim do vale-peru no mês de dezembro, sempre alegando
dificuldades financeiras para garantir recursos aos trabalhadores.
Ainda ontem, a ECT entrou com dissídio coletivo de greve no Tribunal
Superior do Trabalho (TST). No entanto, o comando de negociação da
federação continua unido em busca de soluções viáveis para solucionar o
conflito instaurado pela direção da estatal. Para isso, representantes
dos trabalhadores compareceram ao tribunal na parte da manhã desta
quinta-feira (21) para, junto ao ministro Emmanoel Pereira, esclarecer o
processo da campanha salarial, até o momento, e as dificuldades
impostas às negociações, por parte da empresa.
Com isso, todas as evidências mostram o interesse da empresa em levar
o acordo até a entrada em vigor da reforma trabalhista, em 11 de
novembro. Enquanto isso, todas as propostas apresentadas até agora foram
de exclusão ou redução de direitos, sem o devido debate sobre a pauta
de reivindicações da categoria, entregue ainda no mês de julho deste
ano.
Não existe déficit, existe má gestão -
Constantemente, há algum tempo, a FENTECT tem refutado o déficit
declarado pela ECT, que, além de não abrir os números oficiais para as
representações dos trabalhadores, mantém gastos exorbitantes. Foram duas
reestruturações em apenas um ano, com serviços de consultoria
milionários. Também, a situação deficitária da empresa é devida ao novo
lançamento contábil, chamado “PÓS-EMPREGO”, que causou o impacto de R$
1,5 bilhão nas contas da estatal, somado às diversas ações da gestão que
minaram as reservas financeiras, tais como antecipação de dividendos à
União de quase R$ 4 bilhões acima dos estabelecido legalmente. Além
disso, diversos patrocínios e ações potencialmente prejudiciais, como o
distrato com o Banco do Brasil, que onerou a empresa em torno de R$ 2
bilhões.
Greve em 28 sindicatos
Dos 31 sindicatos filiados à FENTECT, aderiram à greve, ontem, os estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, São Paulo (Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Vale do Paraíba e Santos), Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais (MG, Juiz de Fora e Uberaba), Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul (RS e Santa Maria), Sergipe e Santa Catarina. Apenas Acre, Rondônia e Roraima ainda não confirmaram.
Dos 31 sindicatos filiados à FENTECT, aderiram à greve, ontem, os estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, São Paulo (Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Vale do Paraíba e Santos), Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais (MG, Juiz de Fora e Uberaba), Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul (RS e Santa Maria), Sergipe e Santa Catarina. Apenas Acre, Rondônia e Roraima ainda não confirmaram.
As mobilizações dos sindicatos na greve continuam por todo o país,
inclusive com a adesão de mais trabalhadores. O comando de negociação da
FENTECT permanece em Brasília para acompanhar e orientar as bases
quanto ao fortalecimento do movimento grevista. Sugere, ainda a
ampliação das atividades, com passeatas, carros de som, audiências
públicas, panfletagens, anúncios nas redes sociais, cartas abertas à
população, entrevistas para os meios de comunicação, para levar a
verdade sobre os Correios, denúncias e propagandas, para que seja
alcançado um Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2018 digno da classe dos
ecetistas.
A FENTECT parabeniza os trabalhadores que estão fortes na luta,
aderindo às mobilizações nos estado. Independente do posicionamento da
empresa, a categoria não pode desistir de batalhar pelos próprios
direitos e garantias conquistadas nos últimos anos. É preciso manter a
vigilância e a participação nas assembleias e deliberações dos
sindicatos. Àqueles que ainda não realizaram assembleias para
deflagração da greve, a federação sugere que adiantem as datas para que
as bases se juntem aos demais que já disseram não às arbitrariedades da
ECT.
FONTE:FINDECT
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