No segundo dia do XV Encontro Nacional de Assuntos Raciais da
FENTECT, os representantes dos trabalhadores tiveram acesso a dados
importantes sobre a violência contra as mulheres negras e mais
esclarecimentos sobre o processo de inserção e exclusão dos negros no
mercado de trabalho. Além disso, ao final das explanações, o curta "O
Xadrez das Cores" e o vídeo da Mobilização Nacional Indígena, feito em
apoio à causa dos índios do Brasil, "Demarcação Já", foram apresentados
para promover a reflexão e subsidiar os debates do evento.
Desde o início do século XIX, os negros têm aderido ao mercado de
trabalho em diversas profissões subestimadas pela sociedade. Atualmente,
há apenas 28% de negros nos serviços públicos do país. Em 2010, os
Correios, no anseio de se tornarem uma empresa mestiça, lançaram uma
espécie de senso para analisar o quantitativo desses funcionários e
chegou a conclusão de que havia apenas 10% de negros na estatal. A
realidade, de acordo com os participantes do evento, tem sido alterada
justamente devido ao debate levantado pelas representações e a
sociedade. Logo, fica a importância dos assuntos raciais.
A mulher negra
Dados preocupantes demonstram que 62% das mortes no pós-parto, bem como 68% por agressão e 67% vítimas de estupro são de mulheres negras. Por mais que haja políticas pela diminuição dos índices, nota-se que 80% das assassinadas no país são mulheres negras. Ainda, 25% dessas sofrem violência de conhecidos e 27% dos próprios cônjuges.
Entre 2003 a 2013, houve queda de 10% do homicídio de mulheres
brancas brasileiras. Em contrapartida, a violência e os assassinatos
contra as mulheres negras aumentaram em 50%, nesse período. Isso tudo
também se deve em relação à cultura da super exposição feminina.
Constata-se que as mulheres negras são as que mais sofrem assédio
sexual e consequentemente moral, no mercado de trabalho e na sociedade.
Por isso, é preciso combater o preconceito institucionalizado.
Os homens brancos recebem quase três vezes mais que as mulheres
negras. Já as de raça branca recebem o dobro em comparação àquelas. O
próprio homem negro chega a receber 30% acima dos valores pagos às
negras no país.
Contrarreformas
Agora, é preciso atentar às reformas propostas pelo governo federal, que podem prejudicar ainda mais a realidade das minorias do país. O encontro ressalta o contexto capitalista atual, que, para se valer, explora cada vez mais o trabalhador. Tratam-se de estratégias montadas para deixar a classe em situações cada vez piores. Portanto, o XV Encontro Nacional de Assuntos Raciais vem com a proposta de lançar esperança nos ecetistas, para que levem às diversas comunidades e, dessa maneira, todos possam acreditar e lutar por um mundo novo e diferente, menos injusto e desigual.
fentect
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