A partir de hoje (9), a maioria dos sindicatos dos trabalhadores dos
Correios, de todo o País, encerram a greve e os ecetistas retornam às
atividades. A FENTECT, durante o processo de negociação e da
paralisação, não mediu esforços para promover a unidade categoria,
diante dos ataques vindos do governo federal e da direção da ECT. Todo o
material de mobilização foi encaminhado às entidades filiadas e as
informações foram passadas em tempo real, para que não faltassem a
lisura e a transparência necessárias.
Os ecetistas alcançaram não somente a unificação do movimento
sindical, mas, também, com todas as associações de Correios. Todos em
busca de uma solução para a crise financeira da empresa. Foram
deliberadas várias ações em conjunto para esclarecer a sociedade sobre a
necessidade da manutenção dos Correios público e de qualidade.
A mobilização significativa da maioria dos sindicatos filiados à
FENTECT, com certeza, fez com que a ECT reconhecesse a força dos
trabalhadores. Diversas agendas foram abertas na Câmara Federal, na
imprensa, na Frente Parlamentar em Defesa dos Correios e no Tribunal
Superior do Trabalho (TST). Audiências públicas também foram realizadas.
Nessas ocasiões, a categoria pode rebater o suposto déficit alegado
pela empresa. Há, ainda, uma grande audiência pública marcada no
Plenário da Câmara, que abrirá um amplo debate sobre os Correios, junto
ao governo e à sociedade.
Da unidade entre as representações sindicais e associações surgiram propostas para contrapor os ataques feitos em nome da crise:
- Devolução dos dividendos repassados à União pelos Correios;
- Fidelizar todos os serviços dos governos federal, estadual e municipal, o que gera um lucro de pelo menos R$ 20 bilhões para a empresa;
- Ampliar os serviços dos Correios, a exemplo, na emissão e retirada de documentos, cadastramento de programas sociais etc,
- Reduzir o impacto do pós-emprego nas contas da empresa, haja vista que o déficit nas contas também é oriundo desse lançamento contábil.
A categoria ecetista entende que todos esses ataques estão sendo
implementados em nome do suposto déficit, que está sendo fabricado para
justificar uma possível privatização. A responsabilidade pelo
desequilíbrio financeiro não é culpas dos trabalhadores. Nesse sentido, a
FENTECT conta com a participação de instituições conceituadas, como o
DIEESE, que está elaborando material de suporte para ser apresentado nas
audiências e mostrar que há alternativas para sanar a crise.
A FENTECT reforça que o momento é propício para agregar forças. Aos
trabalhadores, orienta para que a adesão às ações seja ainda maior, pois
a campanha salarial deste ano promete obstáculos por parte da empresa,
que fará o possível para retirar os direitos dos empregados. A união e a
luta são fundamentais para frear as intransigências da ECT e os
ataques.
Todos os trabalhadores estão de parabéns pela batalha travada até
aqui, com determinação e coragem. Porém, é preciso continuar, para
provar que os Correios podem, sim, permanecer no mercado como empresa de
qualidade e altamente lucrativa, sem deixar de exercer o papel social e
sem reduzir o direito dos ecetistas.
Quanto à proposta, entende-se que foi imposta a derrota à direção da
empresa, pois, apesar das ameaças de corte de dias, a categoria
apresentou resistência. O recado foi dado à ECT e está claro que os
trabalhadores não ficarão calados ao serem submetidos às condições
degradantes. Haverá luta a cada sinal de ataque por parte da direção dos
Correios, para que sejam mantidos os empregos e por nenhum direito a
menos.
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