Depois que a proposta da ECT foi rejeitada por unanimidade, nas
assembleias do dia 26 de julho, e os sindicatos encaminharam pela
deflagração de greve no próximo dia 07 de agosto, a ECT se desesperou de
vez e tentou uma última manobra. No entanto, o convite para a reunião
de negociação desta terça-feira (31) e a possibilidade de uma nova
proposta não conseguiram esconder a verdadeira intenção da empresa de
enrolar e atacar os benefícios dos trabalhadores. Apresentou uma
proposta de reajuste salarial ainda rebaixada, com os mesmos 60% do
INPC, não atendendo a categoria dos empregados. De acordo com a ECT, a
projeção é que o Índice Nacional chegue a 3,68%. Com base nisso, a
proposta de reajuste dos Correios é de apenas 2,21%.
Alegando que deseja esgotar todas as possibilidades de diálogo, a ECT
afirmou que aceita prorrogar as negociações até o dia 14 de agosto, mas
não garante a vigência do Acordo Coletivo de Trabalho com todas as
cláusulas firmes. A FENTECT já havia protocolado ação recente junto ao
Tribunal Superior do Trabalho (TST), que garante a manutenção da data
base e todos os seus efeitos para que os trabalhadores não sofram
qualquer prejuízo na assinatura ou julgamento do ACT. Não há qualquer
garantia aos empregados e, mais uma vez, a empresa tenta usar a Reforma
Trabalhista para amedrontar e confundir a categoria, já que teme as
paralisações em todo o Brasil.
De acordo com o secretário-geral da FENTECT, José Rivaldo, nem mesmo a
proposta renovada atendeu às demandas dos trabalhadores. "Estamos
abertos ao diálogo para avançar em nossas negociações. Caso não haja
progressos, será deflagrada uma grande greve nacional dos ecetistas",
afirmou Rivaldo.
A "nova proposta" é tão perversa quanto a primeira e os retrocessos
não mudam em nada o que foi apresentado ao Comando Nacional de
Mobilização e Negociação. A ECT quer enfraquecer os trabalhadores
arrochando os salários, retirando direitos e dificultando a organização
da categoria.
Os Correios mantiveram a postura de retirada, também, de direitos
importantes. Entre eles, a modificação do vale-refeição, com o desconto
dos dias não trabalhados. Além disso, a exclusão do vale-cultura;
redução dos dias para acompanhamento de dependentes (atualmente são seis
dias e a empresa sugere que sejam três), adoção do ponto eletrônico sem
o registro disponível para o empregado e a redução em 50% do pagamento
em dias de folga.
A ECT agora aposta na omissão e na covardia daqueles que já se
entregaram em outros momentos e menospreza a luta de todos que ainda
querem dignidade para trabalhar. Os ataques já foram anunciados e quem
comanda a empresa hoje representa um projeto de Correios que não
contempla os cidadãos brasileiros e os trabalhadores.
À categoria, a FENTECT alerta que não se trata apenas de uma disputa
por reajuste econômico, muito menos uma questão judicial. Os
trabalhadores dos Correios já sofrem os efeitos da terceirização e não
podem querer também terceirizar a luta. A greve é um instrumento
legítimo da classe trabalhadora e é hora de fazer o enfrentamento
necessário, assim como em outros momentos em que a categoria ecetista se
posicionou com coragem e vontade de vencer.
Por isso o Comando da FENTECT orienta a todos os sindicatos pela
rejeição da nova proposta e intensifiquem as mobilizações para fazer a
maior greve da história recente dos trabalhadores dos Correios.
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