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quinta-feira, abril 18, 2019

Intransigência da ECT atrasa definição sobre percorrida máxima



A convite do Ministério Público do Trabalho que decidiu mediar a questão da distância e carga máximas nos trajetos feitos pelos trabalhadores carteiros, a FENTECT compareceu a uma reunião no último dia 21 de março em Brasília. A questão, que é objeto de uma ação em curso no TST, já teve duas sinalizações favoráveis aos trabalhadores.
A subprocuradora geral do MPT justificou a reunião como uma tentativa de encontrar um meio-termo, já que os Correios alegam que, caso cumpram a decisão de estipular em 8 km a distância máxima a ser percorrida, a empresa pode “quebrar”. Trata-se, no entanto, de uma questão relacionada diretamente à saúde do trabalhador, por isso o MPT decidiu se manifestar, entendendo que é necessário levar em conta a empregabilidade e a capacidade sem deixar de zelar pelos direitos e os impactos na qualidade de vida dos trabalhadores.
Os representantes da FENTECT relataram questões do cotidiano dos carteiros para estimar as dificuldades que esses trabalhadores enfrentam, bem como as consequências desastrosas da DDA que a empresa tenta impor a todo custo e a sabotagem da entrega matutina que piora consideravelmente as condições de trabalho.
Infelizmente o que se viu por parte da ECT foi uma postura comodista e negligente em diversos aspectos, apresentando dados que não dizem respeito à melhoria da jornada ou cumprimento da decisão que já foi definida em duas instâncias. Ao fim do debate foi aberto um prazo de 15 dias para contestações e a FENTECT reafirmou que luta por um acordo que beneficie os trabalhadores. A Federação também lamenta a intransigência da ECT que parece não querer resolver a situação esperando que os trabalhadores abram mão de mais esse direito.

ECT assume autoritarismo do Governo Bolsonaro para tentar sufocar o movimento sindical



Os ataques promovidos pelo Governo Bolsonaro ao movimento sindical e, por consequência, à classe trabalhadora brasileira, têm sido cada vez maiores. O último golpe com a Medida Provisória nº 873 que altera a forma de financiamento dos sindicatos pretende, antes de tudo, sufocar as entidades, inviabilizando o custeio de suas atividades e seu funcionamento.
A justificativa usada é de dar “liberdade” aos associados, mas depois de 100 dias de governo é cada vez mais evidente que o presidente lidera uma guerra ideológica e solitária ao invés de dar respostas aos problemas do povo que já sofre com mais de 12% de desemprego. Afinal, que liberdade é essa que beneficia os banqueiros ao estipular que a única forma de pagamento passe por instituições bancárias?
A ECT diz seguir orientações diretas da Secretaria Especial de Desestatização e Desinvestimento Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) para cumprir a nova legislação, mas além da MP 873/2019, a empresa também resolveu suspender todas as liberações dos membros de comissões dos sindicatos e das federações (mesmo quando não há ônus), exceto em atividades da própria empresa e fazer novas exigências para liberação de trabalhadores eleitos em assembleia para participar de atividades sindicais, dois ataques diretos à liberdade sindical.
Toda essa hostilidade não é por acaso. Com dificuldades para aprovar a Reforma da Previdência, o governo teve que fazer mais concessões que o esperado, além de expor sua fragilidade ao travar uma guerra pública com a presidência da Câmara. Nos Correios aproxima-se a Campanha Salarial e é óbvia a tentativa de enfraquecer a mobilização da categoria, principalmente com a ofensiva pela privatização já anunciada desde o primeiro dia pelo presidente eleito.
A FENTECT orienta todos os sindicatos a ingressarem com ação na Justiça para garantir o repasse com desconto em folha de pagamento e já está em contato com os advogados para tentar reverter a questão das liberações que ferem diretamente o direito de livre organização dos trabalhadores. Mas nada será possível se não houver consciência de que vivemos o momento mais crítico da história do movimento sindical recente. É preciso muita luta para resistir porque o governo já mostrou que não está disposto a dialogar pois enxerga a classe trabalhadora como inimiga.