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quinta-feira, agosto 02, 2018



Depois que a proposta da ECT foi rejeitada por unanimidade, nas assembleias do dia 26 de julho, e os sindicatos encaminharam pela deflagração de greve no próximo dia 07 de agosto, a ECT se desesperou de vez e tentou uma última manobra. No entanto, o convite para a reunião de negociação desta terça-feira (31) e a possibilidade de uma nova proposta não conseguiram esconder a verdadeira intenção da empresa de enrolar e atacar os benefícios dos trabalhadores. Apresentou uma proposta de reajuste salarial ainda rebaixada, com os mesmos 60% do INPC, não atendendo a categoria dos empregados. De acordo com a ECT, a projeção é que o Índice Nacional chegue a 3,68%. Com base nisso, a proposta de reajuste dos Correios é de apenas 2,21%.
Alegando que deseja esgotar todas as possibilidades de diálogo, a ECT afirmou que aceita prorrogar as negociações até o dia 14 de agosto, mas não garante a vigência do Acordo Coletivo de Trabalho com todas as cláusulas firmes. A FENTECT já havia protocolado ação recente junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), que garante a manutenção da data base e todos os seus efeitos para que os trabalhadores não sofram qualquer prejuízo na assinatura ou julgamento do ACT. Não há qualquer garantia aos empregados e, mais uma vez, a empresa tenta usar a Reforma Trabalhista para amedrontar e confundir a categoria, já que teme as paralisações em todo o Brasil.
De acordo com o secretário-geral da FENTECT, José Rivaldo, nem mesmo a proposta renovada atendeu às demandas dos trabalhadores. "Estamos abertos ao diálogo para avançar em nossas negociações. Caso não haja progressos, será deflagrada uma grande greve nacional dos ecetistas", afirmou Rivaldo.
A "nova proposta" é tão perversa quanto a primeira e os retrocessos não mudam em nada o que foi apresentado ao Comando Nacional de Mobilização e Negociação. A ECT quer enfraquecer os trabalhadores arrochando os salários, retirando direitos e dificultando a organização da categoria.
Os Correios mantiveram a postura de retirada, também, de direitos importantes. Entre eles, a modificação do vale-refeição, com o desconto dos dias não trabalhados. Além disso, a exclusão do vale-cultura; redução dos dias para acompanhamento de dependentes (atualmente são seis dias e a empresa sugere que sejam três), adoção do ponto eletrônico sem o registro disponível para o empregado e a redução em 50% do pagamento em dias de folga.
A ECT agora aposta na omissão e na covardia daqueles que já se entregaram em outros momentos e menospreza a luta de todos que ainda querem dignidade para trabalhar. Os ataques já foram anunciados e quem comanda a empresa hoje representa um projeto de Correios que não contempla os cidadãos brasileiros e os trabalhadores.
À categoria, a FENTECT alerta que não se trata apenas de uma disputa por reajuste econômico, muito menos uma questão judicial. Os trabalhadores dos Correios já sofrem os efeitos da terceirização e não podem querer também terceirizar a luta. A greve é um instrumento legítimo da classe trabalhadora e é hora de fazer o enfrentamento necessário, assim como em outros momentos em que a categoria ecetista se posicionou com coragem e vontade de vencer.
Por isso o Comando da FENTECT orienta a todos os sindicatos pela rejeição da nova proposta e intensifiquem as mobilizações para fazer a maior greve da história recente dos trabalhadores dos Correios.

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