ECT induz os brasileiros a acreditarem em crise, enquanto patrocina intervenções políticas na estatal e deixa os trabalhadores no prejuízo, com retiradas de direitos e desvalorização
Os trabalhadores dos Correios vão entrar em greve, por tempo
indeterminado, a partir das 22 horas do dia 11 de março, por todo o
País. A mobilização nacional da categoria, aprovada em assembleias dos
sindicatos filiados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas
de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT), é contra as alterações
no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS); a terceirização na área
de tratamento; a privatização da estatal; suspensão das férias dos
trabalhadores, como em 2017; extinção do diferencial de mercado;
descumprimento da cláusula 28 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que
trata da assistência médica da categoria, e contra a redução do salário
da área administrativa. Além disso, entre as demandas dos ecetistas
estão a contratação de novos funcionários via concurso público, a
segurança nos Correios e o fim dos planos de demissão.
Um dos principais ataques da ECT é voltado ao plano de saúde da
categoria, que recebe, em média, R$ 1600,00 (o pior salário entre
empresas públicas e estatais) e, agora, no que depender da direção dos
Correios, ainda terá que arcar com mensalidades no plano e a retirada de
dependentes. Além disso, o benefício poderá ser reajustado conforme a
idade, chegando a mensalidades acima de R$ 900,00. O julgamento do plano
de saúde está marcado para a próxima segunda-feira, dia 12 de março, no
Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A empresa também iniciou 2018 extinguindo o cargo de Operador de
Triagem e Transbordo (OTT), importante para o movimento do fluxo postal
interno, visando a terceirização nos Correios. Já anunciou a redução da
carga horária e os salários dos trabalhadores administrativos, como
reflexo da reforma trabalhista. Para piorar a situação, a empresa também
anunciou o fechamento de mais de 2500 agências próprias, por todo o
Brasil.
Luta conjunta
Todo o desmonte promovido pela gestão dos Correios tende a prejudicar ainda mais os serviços à população. A FENTECT esclarece que alguns argumentos repassados transmitem uma visão enganosa da realidade na estatal. Por exemplo, quanto ao monopólio dos Correios, que, hoje, corresponde apenas a cartas, malote e telegrama. O segmento de encomendas, como o Sedex, entretanto, sempre foi concorrencial.
Todo o desmonte promovido pela gestão dos Correios tende a prejudicar ainda mais os serviços à população. A FENTECT esclarece que alguns argumentos repassados transmitem uma visão enganosa da realidade na estatal. Por exemplo, quanto ao monopólio dos Correios, que, hoje, corresponde apenas a cartas, malote e telegrama. O segmento de encomendas, como o Sedex, entretanto, sempre foi concorrencial.
Quanto ao reajuste dos preços dos serviços da estatal, a federação e
toda a categoria concorda com a sociedade e discorda de aumentos
abusivos nos valores. Por isso, os trabalhadores apoiam o direito da
população ao cobrar que não haja excessos nas contas a serem pagas. Já
em relação ao argumento da ECT para esse reajuste, a respeito da
segurança dos trabalhadores, a FENTECT esclarece que não há nenhum
benefício pago ao trabalhador por esse motivo, bem como nenhum
adicional.
Patrimônio público
Os Correios são patrimônio nacional, garantem um direito constitucional à comunicação com segurança e alcançam os locais mais distantes do país. Além disso, não onera o governo federal ou o bolso do cidadão com arrecadação de impostos, já que, ao contrário, é o governo quem tem retirado verbas da empresa, sem retorno, nos últimos anos, como da ordem de R$ 6 bilhões.
Os Correios são patrimônio nacional, garantem um direito constitucional à comunicação com segurança e alcançam os locais mais distantes do país. Além disso, não onera o governo federal ou o bolso do cidadão com arrecadação de impostos, já que, ao contrário, é o governo quem tem retirado verbas da empresa, sem retorno, nos últimos anos, como da ordem de R$ 6 bilhões.
Com todos os erros e ingerências políticas na administração dos
Correios, a direção da estatal promove essas e outras retiradas de
direitos dos próprios trabalhadores, responsabilizando-os pelos danos da
ECT. A construção dos benefícios assegurados aos trabalhadores se deu
por meio de negociações coletivas e aos ecetistas foram concedidos em
contrapartida aos baixos salários, sem reajustes consideráveis há anos.
Portanto, a greve, instrumento legítimo garantido a diversas categorias,
é pelos trabalhadores dos Correios e toda a sociedade, e visa a
melhoria, modernização e a empresa 100% pública, de qualidade para
todos.
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