O Comando de Negociações se reuniu nesta terça-feira (17) com
representantes dos Correios em mais uma rodada de negociações para
fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho. Na ocasião, a empresa
apresentou como proposta de reajuste salarial o valor rebaixado de
1,58%. O índice corresponde a 60% do INPC previsto para o ano de 2018 e
não cobre sequer a inflação.
O anúncio foi feito pelo presidente da ECT, Carlos Fortner, que após
intensos debates, finalmente compareceu para negociar diretamente com o
Comando. "Queremos ir até o fim do mês para negociar com o Ministério do
Planejamento e o das Comunicações e chegar em pelo menos 100% do INPC,
que é de 2,64%", afirmou o presidente, que não deu um prazo e nem
garantia para concessão do reajuste com base no total do INPC.
Mesmo assim, a proposta não atende a necessidade dos trabalhadores.
Pois, se por um lado os Correios propõem esse reajuste mínimo, por
outro, tenta retirar direitos.
O apontamento foi confirmado pelo Secretário Geral da FENTECT, José
Rivaldo. "Somos contra a retirada de direitos. Em virtude disso,
solicitamos formalmente a ampliação do ACT atual, para que os
trabalhadores não fiquem prejudicados enquanto as negociações ocorrem",
declara Rivaldo. A representação da empresa não se manifestou
oficialmente sobre o pedido, alegando que o mesmo ainda está sob
análise.
Prejuízo é resultado de má gestão
A direção dos Correios reconheceu que o índice de reajuste era baixo e
alegou dificuldades financeiras para justificá-lo. O Comando de
Negociações rebateu a afirmação, apontando os problemas de gestão na
ECT. Edificações próprias subutilizadas, sobrecarga e péssimas condições
de trabalho foram alguns dos fatores indicados como ampliadores do
prejuízo. Para eles, a responsabilidade pela má gestão não deve cair
sobre as costas dos trabalhadores.
Correios não trazem documentação do Postal Saúde
Em uma clara tentativa de omitir informações, a direção dos Correios
não levou para a mesa de negociações os documentos do Postal Saúde. A
solicitação foi feita pela FENTECT em reuniões anteriores, para embasar a
luta da categoria. No entanto, os dados não foram apresentados pelos
representantes da ECT.
Orientações do Comando
Tendo em vista o sucateamento com a clara tentativa de destruição da
saúde financeira, o Comando sugere a mobilização intensa da categoria.
É preciso combater o discurso incoerente da ECT, que hora anuncia
lucro milionário (mais de R$ 600 milhões, conforme informado na mídia) e
hora fala em dificuldades. Enquanto isso, segue na empresa a política
dos gastos, patrocínios, altos salários e parcerias com vistas à
privatização.
Portanto, o meio é:
· Reforçar e ampliar a mobilização cumprindo as atividades sugeridas no informe anterior;
· Avaliar as propostas nas assembleias dos sindicatos, com orientação
de REJEIÇÃO DAS PROPOSTAS até agora apresentadas, e manutenção do
"ESTADO DE GREVE";
· Realização de novas assembleias no período de 24 a 26 de julho para
aprovar a nova data indicativa de greve, para o dia 07 de agosto de
2018.
FENTECT
Nenhum comentário:
Postar um comentário