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segunda-feira, julho 27, 2015


Primeira reunião de negociação debate reestruturação e privatização


Representantes da FENTECT assistem apresentação da ECT sobre mudanças administrativas e rebatem informações repassadas pela empresa
FENTECT e ECT deram início, nesta terça-feira, às negociações para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT-2015/16). A reunião, realizada na Universidade dos Correios, em Brasília, contemplou, pela manhã, a reestruturação da empresa, com uma apresentação da diretoria da ECT, e sobre a reorganização administrativa dos Correios, com o tema "Novo modelo de governança e estrutura organizacional". No entanto, a representação dos trabalhadores lançou, ao longo do debate, o questionamento sobre a superficialidade das informações.
De acordo com as explicações da direção dos Correios, 98% da empresa continuará como funciona atualmente, afirmação idêntica à proferida na implantação do Postal Saúde, segundo o secretário de políticas sindicais da FENTECT, Robson Silva (MG). A ideia, afirmada pela ECT, é equilíbrar e focar nas unidades de negócios. A diretoria explicou que, com o novo modelo empresarial adotado pelos Correios, foi constituído um grupo de trabalho, o qual debateu e deliberou o modelo de transição mais seguro para a empresa evoluir.
Ainda segundo a apresentação, entre as premissas para a reestruturação estão o não prejuízo financeiro para empregados ocupantes das funções de confiança em extinção, o não aumento de orçamento e o estabelecimento de um período de transição para a estrutura definitiva, com a vinculação transitória das estruturas existentes às novas vice-presidências. Para o novo modelo de transição, os ajustes e definições serão definidos pelo presidente e pelos vice-presidentes das áreas, as alterações serão formalizadas por meio de ações estratégicas e haverá vinculações administrativas das regionais à VIGEP. Também, conforme a empresa, qualquer mudança no modelo aprovado deverá passar pelo conselho para aprovação.
Para a FENTECT, toda as explicações foram vagas e não há espaço para o trabalhador nas mudanças aprovadas. "Trata-se de uma reestruturação de siglas", destacou Wilson Dombrovski (Sitcom-PR), que acredita que a decentralização mantém o trabalhador cada vez mais distante das decisões relevantes para a categoria.
Sobre a questão dos concursos públicos, para contratação de mais funcionários a fim de diminuir a sobrecarga dos trabalhadores, o vice-presidente postal, Antônio Tomas, alegou que a mudança será apenas na demanda. Amanda Corcino, secretária de assuntos previdenciários da federação, relembrou que a empresa apenas repõe o quadro em desfalque pela saída de alguns ecetistas, não pensando em mais contratação. "Gostaria de saber o quanto a ECT paga em indenização aos clientes. Qual o investimento na melhoria dos serviços prestados?", questionou.
A sobrecarga de trabalho ocasiona o excesso de horas-extras, que, segundo o secretário de relações internacionais da FENTECT, Emerson Marinho (RJ), trata-se de exploração legalizada do trabalhador. "Nós vamos sucumbir com todo esse processo, que, de fato, não apresenta nenhuma melhoria para a nossa categoria", ressaltou Sérgio de Castro (CSP Conlutas-PI).
A direção da ECT acrescentou que não há espaço para a discussão sobre a privatização na atual governança. Mas a federação rebate a questão e acredita que toda a reestruturação afetará a vida dos trabalhadores e suas famílias. Para a representação da FENTECT, está claro que as decisões foram tomadas sem consulta à base e apenas foi apresentada uma mudança definida e aprovada em silêncio.
"A ECT não leva em consideração a opinião dos trabalhadores, além de não demonstrar, em nenhum momento, o lugar da categoria nessa mudança. Vamos dar continuidade ao enfrentamento à reestruturação e esse enfrentamento passa pela discussão e pelo debate", informou o secretário-geral da FENTECT, José Rivaldo da Silva (SP).

FONTE: FENTECT

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