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segunda-feira, maio 22, 2017

Debate sobre a luta das minorias tem início nesta quarta-feira, em Salvador


Ser negro, pobre e discriminado no Brasil e não saber se volta para casa, é uma realidade. Fazer parte das minorias é lutar diariamente contra a violência e a exclusão. Não há como debater sobre a questão dos negros, sem incluir os brancos, bem como os homens no tema das mulheres. A conscientização é urgente em vista da doença que a sociedade brasileira tem vivido. Salvador (BA), em um estado carregado de história e com 79,9% dos negros do país, recebe o XV Encontro Nacional de Assuntos Raciais da FENTECT. O evento, que será realizado entre os dias 17 e 19 de maio, tem como objetivo gerar consciência e atuação nos militantes.

"A FENTECT tem tradição no debate sobre assuntos raciais. Portanto, é hora de rearticular todos os setores sindicais para pensar e agir o tema. Não é pouca coisa, teremos muito trabalho pela frente e vamos discutir muitos assuntos a respeito nos próximos dias", destacou o secretário de Assuntos Raciais, Rogério Ubine.

"As terras do Cruzeiro, sem reis e sem escravos", cem anos antes de Martin Luther King, já era sonho do homenageado pelo XV Encontro Nacional de Assuntos Raciaisl, Luiz Gama. O jornalista, advogado e poeta, filho de homem branco e negra livre, foi feito escravo aos 10 anos e alfabetizado apenas aos 17 anos de idade. Tornou-se, então, advogado abolicionista e conseguiu libertar mais de 500 escravos - número estimado em mil.

Para os representantes dos ecetistas, o encontro levará ideias não apenas aos trabalhadores dos Correios, mas a cada cidadão brasileiro. Ressaltou-se na abertura a necessidade da luta pela equidade, mas, acima disso, o respeito aos demais, independente de raça, crença ou classe.



Análise de conjuntura
 
A questão da mulher negra no país, violentamente atingida todos os dias, ganhou destaque nas falas, já que essas precisam enfrentar a realidade do 5º país mais violento para mulheres. Além disso, houve crescimento de mais de 190% da violência e da agressão às mulheres negras vítimas letais do machismo. Também os jovens ainda estão nas mãos da criminalidade. A cada dois cidadãos brancos vítimas de homicídio, seis negros são atingidos como vítimas diretas.

"Branco favelado sai de casa e pode voltar empregado, enquanto a família do negro agradece por ele estar vivo. Nossa pele é preta, mas nossa cabeça é branca, por conta do sistema capitalista excludente", destacou-se na visão sobre a realidade dos negros.

Diante dessa realidade, são necessárias políticas públicas para combater a homofobia, a violência contra as mulheres, a favor dos negros e, principalmente, aos trabalhadores. Isso, para que todos tenham direito à educação e ao esclarecimento contra ao que prega o atual governo, com a implantação de retrocessos. É a hora de cada um sair para as ruas e garantir o futuro do país, com muita luta. O que está sendo retirado do povo, nestes tempos, pode não ser devolvido nunca mais.

fentect

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