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terça-feira, maio 02, 2017

Dia do Trabalhador reflete dados ainda negativos para a classe e a importância da luta


Esta segunda-feira, dia 1 de maio, poderia ser um dia para comemorações, se a cada cinco minutos não morressem cerca de 20 trabalhadores por acidentes fatais e cerca de 3 mil não sofressem acidentes, ao redor do mundo. Os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) - anunciados em abril deste ano - demonstram que ainda há muito o que se fazer para zelar pela vida do trabalhador, seja no Brasil ou mundo afora. Por isso, a FENTECT pede a todos que a luta por direitos e dignidade não seja esgotada.
Em várias partes dos mundo, há relatos de escravidão velada, com milhares de trabalhadores laborando por horas a fio, sem remuneração ou condições apropriadas. O número é tão extenso que, ainda neste século, no Brasil, de 1995 a 2015, 49.816 pessoas foram libertadas da escravidão no país, segundo fiscalizações de trabalho escravo realizadas de maneira conjunta por Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, desde 1995.
Em março, no Brasil, foi registrado o total de 14,2 milhões de desempregados, encerrando o trimestre - 14,9% superior em relação ao imediatamente anterior, de outubro a dezembro de 2016. Isso significa mais 1,8 milhão de pessoas sem ocupação, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já em fevereiro, eram 13 milhões na rua.
De acordo com os dados da OIT, lançados no Dia Mundial da Saúde e Segurança no Trabalho, fica claro que essas são condições escassas, já que cerca de 2,3 milhões de pessoas morrem e 300 milhões ficam feridas todos os anos, no mundo, em acidentes de trabalho. A segurança do trabalhador, portanto, deveria ser item prioritário na pauta dos países, já que os números custam cerca de 4% do PIB mundial, em termos de dias perdidos, gastos com saúde, pensões, reabilitação e reintegração, conforme a entidade.

Prejuízos futuros
Além de conviver com esse tipo de degradação, todas as categorias e segmentos estão ameaçados com as principais reformas que o governo federal quer adotar, a Trabalhista e da Previdência. Assim, haverá ainda mais mão de obra barata e desvalorizada no Brasil e pessoas que passarão o resto do dia a "contribuir" por uma dívida que não lhes pertence.

Com a Reforma Trabalhista, entre os principais pontos, ficam acordos coletivos negoaciados prevalecidos sobre a CLT, sendo possível a negociação de jornadas maiores, de até 12 horas diárias. O benefício das férias poderá ser fatiado em três vezes e as horas de deslocamento até o trabalho serão ignoradas, sem pagamento.
Outro ponto importante é a promoção da vulnerabilidade do trabalhador, a que propõe a reforma de Michel Temer. Pela proposta, a contribuição sindical se torna facultativa, o que pode dificultar a luta dos trabalhadores, assistidos pelas entidades e que têm nelas a possibilidade de luta por direitos e garantias dos benefícios, caso não seja revista com cautela essa situação.
Assim, diante do cenário mundial e nacional, a realidade do trabalhador segue desfavorável. Com economias cada vez mais voltadas ao lucro, cabe às classes se unirem contra a promoção da retirada de direitos e contra a continuidade da escravidão, ainda em tempos tão modernos. Que este Dia do Trabalhador sirva como reflexão, para que nenhuma reforma seja imposta sem o consentimento dos principais atingidos por ela e para que trabalhar não seja um fardo, mas escolhas que gerem saúde, qualidade de vida e felicidade.

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