Comando mantém greve dos Correios e convoca manifesto nacional
para próxima semana.
Depois de uma segunda reunião no Ministério Público do
Trabalho, realizada na tarde desta quarta-feira (28), em Brasília, a primeira
foi na última terça-feira, nenhum avanço foi feito nas negociações entre empregados
em greve e a direção dos Correios. A falta de uma contraproposta formal e a
manutenção do desconto dos dias parados só fortaleceu a posição da Federação
Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect)
em manter a paralisação por tempo indeterminado. Os trabalhadores ainda
prometem para a próxima terça-feira, dia 4, uma mobilização nacional para
trazer caravanas a Brasília numa manifestação pública. Bancários e Centrais
Sindicais podem participar da mobilização.
Na reunião de conciliação, presidida pelo procurador regional
Ricardo José de Britto Pereira, o mediador levou aos representantes da empresa,
a proposta de compensação dos dias parados dos grevistas para o prosseguimento
das discussões referentes às cláusulas econômicas. Porém não houve acerto e a
reunião terminou como começou.
Os trabalhadores reclamam da falta de sensibilidade dos
representantes das ECT, que não vem mostrando interesse no diálogo. “A empresa
é a estatal que paga os piores salários, seja para os cargos de nível básico,
técnico ou mesmo superior. Em conjunto com os baixos salários, a categoria tem
sofrido com a falta de funcionários. Desde 2009 a ECT não realiza contratações.
Existe uma carência de aproximadamente 30 mil funcionários” explica o
secretário geral da Fentect, José Rivaldo da Silva. Segundo ele, além da falta
de funcionários ainda existem cerca de 10 mil que estão afastados das suas
atividades por problemas de saúde.
“A sobrecarga de
trabalho só vem aumentando, mas ninguém quer discutir com a categoria. Todo
mundo percebe que houve uma piora no atendimento e nos serviços postais, mas a
direção da ECT não esclarece que isso é a conseqüência da falta de pessoal e
também dos baixos salários. O piso salarial dos correios é de R$ 807,00. “Estamos
mais revoltados porque o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo e o
presidente da ECT, Wagner Pinheiro desrespeitaram a categoria ao dizer que os
grevistas estão de “férias”, admite o dirigente.
Segundo José Rivaldo, o comando de greve não vai mais aceitar
o discurso de que as negociações só irão retornar com a volta ao trabalho. “No
salário de setembro os descontos dos dias parados já serão efetivados. Mas
mantemos nossa luta. Ainda assim vários sindicatos como os do Rio Grande do
Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Bahia, Ribeirão Preto, Campinas, Mato Grosso do
Sul e Juiz de Fora conseguiram liminares na justiça impedindo que a ECT desconte
os dias parados.
Assessoria de
Imprensa da Fentect
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